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Concentração de Mercado: ABMI Alerta para os Riscos da Aquisição da Downtown pela UMG
dezembro 19, 2024

A aquisição da Downtown Music Holdings pelo Virgin Music Group, pertencente à Universal Music Group (UMG), levanta sérias preocupações sobre os rumos do mercado musical global. Este movimento reflete um padrão crescente de consolidação no setor, no qual grandes corporações ampliam seu controle sobre áreas-chave como distribuição digital, restringindo as oportunidades de escolha para artistas e selos independentes. Conforme destacado pela IMPALA, associação europeia de música independente, esta aquisição representa “um passo significativo para reduzir as rotas independentes para o mercado” e “um enorme impacto na diversidade e competitividade do setor”. A ABMI acredita que é essencial um exame criterioso por parte das autoridades reguladoras para salvaguardar a diversidade e a competição no mercado musical.
James Lima, vice-presidente da ABMI, destaca que “a concentração de mercado deixa cada vez menos espaço para as empresas independentes e cria um ambiente propenso a práticas abusivas, prejudicando gravadoras e artistas independentes”. Ele também aponta para o risco de aumento de taxas administrativas e redução de suporte a lançamentos, caso essa tendência de consolidação continue.
Para Felippe Llerena, presidente da ABMI, “a captura de companhias antes independentes por grandes corporações é um alerta vermelho para toda a comunidade musical. The Orchard, AWAL, Som Livre, Proper Music, Altafonte e, mais recentemente, Downtown Music são exemplos de como o capital das multinacionais está redesenhando o setor.”. Ele ressalta que essa dinâmica pode comprometer a qualidade, a diversidade e a autenticidade da produção musical. “A história nos ensina que movimentos semelhantes em outras indústrias, como no mercado de alimentos, resultaram em produtos de menor qualidade, feitos para atender a demandas de mercado e não para nutrir ou respeitar os consumidores. Na música, o risco é semelhante: a qualidade, diversidade e autenticidade podem dar lugar a estratégias voltadas unicamente para maximizar o market share e audiência.”
O impacto no ecossistema independente é particularmente preocupante segundo Carlos Mills, membro do Board da Merlin representando a América Latina. “A intenção de compra do grupo Downtown pela UMG é extremamente danosa para o ambiente da música gravada no mundo. O grupo Downtown controla importantes canais de distribuição independente, através das empresas Fuga e CD Baby. Não se pode admitir um aumento ainda maior do poder das majors sobre os canais de distribuição de música digital, em especial do grupo Universal que já é o maior.” Ele enfatiza a necessidade de que órgãos reguladores examinem o caso com rigor e impeçam que a aquisição se concretize.
A ABMI reforça seu compromisso com um mercado musical plural e inovador, no qual artistas e selos independentes tenham condições de atuar de forma justa e sustentável. Convidamos a comunidade global a unir forças para pressionar por políticas que garantam um futuro equilibrado e diversificado para a música, protegendo-a enquanto expressão cultural e arte.
“A aquisição da Downtown Music Holdings pela Virgin Music Group (UMG) é mais um passo alarmante na concentração do mercado musical global, ameaçando a diversidade e a competitividade. Hoje, com essas aquisições, Sony Music Group e Universal Music Group já controlam 70% do mercado, deixando cada vez menos espaço para as empresas independentes.
Esse movimento faz parte de uma estratégia deliberada das majors para dominar setores estratégicos, como a distribuição digital, limitando as opções de parceiros para artistas e gravadoras independentes. Casos recentes, como as aquisições de The Orchard, AWAL, Som Livre, Proper Music e Altafonte, mostram como o capital das multinacionais está redesenhando o setor, enfraquecendo a pluralidade e a autonomia criativa. Essas ações devem servir como um alerta para a comunidade musical independente global.
Além disso, quem garante que, no futuro, taxas de serviços e administrativas mais altas não serão impostas aos selos independentes? Ou que o suporte e a atenção aos lançamentos desses selos serão mantidos de forma justa? Essa concentração de mercado cria um ambiente propenso a práticas abusivas, prejudicando gravadoras e artistas independentes.
A ABMI, alinhada com outras associações internacionais, defende uma resposta global coordenada contra esses movimentos que ameaçam não apenas a música independente, mas também a pluralidade e o acesso a um mercado justo e equilibrado. É crucial que a independência permaneça uma opção viável para artistas e empresas que desejam trilhar seus próprios caminhos criativos e empresariais.”
James LimaVP da ABMI – Associação Brasileira da Múica Independente
“A recente captura de companhias que até poucos anos eram independentes por grandes corporações é um alerta vermelho para toda a comunidade musical independente global. The Orchard, AWAL, Som Livre, Proper Music, Altafonte e, mais recentemente, Downtown Music são exemplos de como o capital das multinacionais está redesenhando o setor.
A história nos ensina que movimentos semelhantes em outras indústrias, como no mercado de alimentos, resultaram em produtos de menor qualidade, feitos para atender a demandas de mercado e não para nutrir ou respeitar os consumidores. Na música, o risco é semelhante: a qualidade, diversidade e autenticidade podem dar lugar a estratégias voltadas unicamente para maximizar o market share e audiência.
A ABMI acredita que é nosso dever proteger e promover um ecossistema independente, onde artistas, selos e empresas possam criar livremente e com sustentabilidade. Nossa luta é pela valorização da música enquanto arte, cultura e expressão, não como um simples produto de mercado.
Convidamos toda a comunidade independente a se unir nesse esforço, fortalecendo parcerias, ampliando a conscientização e pressionando por políticas que garantam a pluralidade no setor. A música é uma linguagem universal, e seu futuro depende de todos nós.”
Felippe LlerenaPresidente da ABMI – Associação Brasileira da Música Independente
“A intenção de compra do grupo Downtown pelo grupo Universal Music é extremamente danosa para o ambiente da música gravada no mundo. O grupo Downtown controla importantes canais de distribuição independente, através das empresas Fuga e CD Baby. Não se pode admitir um aumento ainda maior do poder das majors sobre os canais de distribuição de música digital, em especial do grupo Universal que já é o maior. Isso ameaça diretamente a sobrevivência dos selos independentes e, como consequência, também é uma ameaça à diversidade cultural no setor musical. Espero que os órgãos de regulação examinem este caso com o todo o rigor que ele merece e impeçam que tal aquisição se realize.”
Carlos MillsMembro do Board da Merlin, representando a América Latina.
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