fbpx

Hermínio Bello de Carvalho fala sobre a playlist Choro da ABMI

Para comemorar o Dia Nacional do Choro (23 de abril) a ABMI, em parceria com o Itamaratry, praparou a playlist “Choro” com clássicos interpretados por alguns dos grandes mestres e também novos nomes.

 

O compositor, pesquisador e produtor Hermínio Bello de Carvalho escreveu um texto falando sobre a playlist e sua relação com o Choro:

***

            Eu gosto muito de lembrar de coisas que se passaram na minha vida em torno desse gênero musical tão brasileiro, que é o Choro ou Chorinho, objeto dessa playlist, porque ele entrou na minha vida muito cedo. Basicamente instrumental, o choro com o passar do tempo, entretanto, também ganhou versos; eu mesmo já fiz três letras para choros de Jacob do Bandolim que são o “Noites Cariocas”, o “Doce de Coco” e “Benzinho “.  Também tive, sobretudo, a honra de ter como parceiro nada mais nada menos que Alfredo da Rocha Viana Junior, o Pixinguinha. Desde criança, eu muito voltado pra música, muita coisa entrava pelo meu ouvido, eu era doido por rádio, eu ouvia muito programa de rádio, eu vivia atrás de música. Acrescente-se a isso que eu também estudava em uma escola super musical, em uma época em que ainda tínhamos o ensino do canto orfeônico – eu até lembrei o nome de minha professora, dona Maria Lopes da Silveira – o que, por exemplo, permitiu que o som do choro Carinhoso, de Pixinguinha, entrasse na minha vida muito cedo, choro lindíssimo! E eu, menino, longe de imaginar que muitos anos depois acabaria sendo parceiro dele. Eu fui uma vez procurado pelo Pixinga, que estava no bar Gouveia, onde ele tinha um “escritório” e ia beber seu uisquinho de segunda a sexta-feira. Eu estava no trabalho, em uma empresa de navegação, quando recebi um telefonema dele perguntando se eu não poderia ir encontrá-lo lá no bar. Apesar das obrigações que eu tinha na empresa, claro que fui encontrar com ele e aí ele revelou o assunto da conversa: que ele havia sido convidado para se inscrever em um festival da canção, mas que não estava muito motivado a participar. Abro um parêntese aqui para registrar que Vinícius de Moraes havia se tornado parceiro dele, recentemente, no choro “Lamentos”. A verdade é que ele continuou a conversa me perguntando se eu iria com ele e eu interpretei como se ele estivesse me convidando a acompanhá-lo em uma conversa com a produção do evento, quando, na verdade, ele estava era me convidando para ser parceiro dele na canção que seria inscrita no festival. E assim nasceu nossa parceria no choro “Fala Baixinho” que acabou sendo a semente das outras letras que eu viria a colocar em outros choros do Jacob do Bandolim. Jacob faleceu em 13/08/1989, data que não esqueço nunca, por ter marcado uma grande dor que eu senti. Me refiro à perda de uma pessoa maravilhosa com quem eu compartilhei muito o ambiente do choro, por frequentar os saraus famosos que ele, o Jacob, organizava na casa dele em Jacarepaguá. Era uma delícia aquele ritual do silêncio absoluto nos momentos em que ele tocava com seu grupo de músicos maravilhosos, o Dino, o Meira e o Cesar Faria, pai do Paulinho da Viola.

Hoje o choro me acompanha através dos jovens músicos aprendizes da Escola Portátil de Música que fazem reuniões musicais deliciosas, infelizmente suspensas no momento por causa dessa pandemia do coronavírus. São dezenas de jovens estudantes de música que se reúnem para tocar nos dias de sábado nos terrenos arborizados da UniRio ou na Casa do Choro. Assistir a essa garotada impregnar-nos de música é uma demonstração da importância do choro, pela sua qualidade, pelas possibilidades que ele tem, que ele é. Por exemplo, você pode ouvir um choro e a partir dele ter uma aula até de cinema: ouça a versão de “Um a Zero”, do Pixinguinha, tocado pelo mesmo e Benedito Lacerda, que você entenderá o que eu quero dizer. É um choro tão genial que é cinético, cinematográfico, você vê os dribles, o momento do gol. Algum tempo atrás o compositor Nelson Ângelo fez uma letra para esse choro, narrando uma partida de futebol, que bem demonstra o que eu estou falando.

Por outro lado, o Jacob do Bandolim tocando reinventava a música a cada execução, jamais tocava igual. Eu presenciei, por exemplo, Jacob tocando “Chega de Saudade”, do Tom e Vinícius, em versões que duravam mais de dez minutos, improviso atrás de improviso o que, aliás, pode ser constatado no registro de um espetáculo que eu dirigi em 1968, com Jacob, Elizeth Cardoso, uma cantora descoberta pelo próprio Jacob, mais os grupos Época de Ouro e Zimbo Trio. Esse show foi realizado no Teatro João Caetano em benefício do Museu da Imagem e do Som. Há um momento do Jacob com o Zimbo Trio em que aflora ali um homem em quem a música transbordava, a música não cabia dentro dele e que coisa linda que são os improvisos que ele faz, o que mostra bem a parecença que o choro tem com o Jazz, pura reinvenção, puro improviso. Naquela ocasião, eu testemunhei isso, eles nem chegaram a ensaiar, só definiram o tom e na hora foi aquela coisa linda!

O choro é celebrado no dia 23 de abril porque era o dia do aniversário de Pixinguinha, dia também de São Jorge Guerreiro e está aí desde 1870. Até agora, em 2021, continua pleno, novidadeiro. Ouvir um álbum do pessoal da Camerata Carioca, com arranjos do Radamés Gnatalli, ou do Radamés tocando com o Rafael Rabelo, e outras coisas mais contemporâneas, é uma experiência linda, inclusive para se perceber a arquitetura do choro, geralmente de três partes bem definidas. Você vai escutando e se deixando levar pela música e daqui a pouco você se sente tocando o choro, se sente tocado pelo choro e o choro começa a chorar dentro de você.

Herminio Bello de Carvalho

abril/2021

 

Ouça aqui:

 

ABMI anuncia Sandra Rodrigues, sua nova Diretora Geral

A ABMI anuncia Sandra Rodrigues, que a partir de agora responde como sua Diretora Geral, sendo responsável por conduzir e executar o planejamento estratégico, administrativo e operacional.

Formada em Direito, tem grande experiência em gestão cultural, planejamento estratégico e definição de modelos de negócio para instituições culturais e projetos independentes, especialmente os realizados por meio de leis de incentivo. É também uma das criadoras do festival Pod Drama, primeiro festival de dramaturgia para podcasts.

Sandra  falou um pouco sobre sua experiência e sobre seu novo desafio na associação:

O seu currículo mostra um envolvimento com artes e gestão cultural. De onde vem seu interesse por cultura e, mais especificamente, por música?

Meu envolvimento com as artes vem da minha infância. Cresci numa casa com peças de teatro, filmes, livros e muita música, em especial MPB e rock and roll. Com o passar dos anos, meu interesse só veio a crescer, em especial pela área de gestão cultural, onde tive a oportunidade de trabalhar com planejamento estratégico institucional, modelos de financiamento, construção de teatros e salas de concerto, com referências nacionais e internacionais. Sem contar que tive muita sorte, pois logo no meu primeiro trabalho, tive a oportunidade de produzir o CD “Memória em Verde e Rosa” do saudoso Tantinho da Mangueira, que ainda teve a deslumbrante e sensível direção musical de Paulão 7 Cordas. Além da graduação em Direito, também me formei em Artes Cênicas/Teatro. Cheguei a cursar um pouco da Escola Villa-Lobos, mas encontrei meu caminho profissional na gestão executiva, a partir do intercâmbio de práticas e experiências com outros profissionais.

Você assume a direção geral da ABMI em um momento de grandes desafios para o mercado cultural e modificações no mercado fonográfico. O que você espera desse trabalho com a ABMI?

Por sua missão, valores e integrantes, vemos que a ABMI já possui um papel protagonista no mercado musical brasileiro e no exterior, ao integrar a WIN, a MERLIN e tendo membros de seu Conselho Diretor como palestrantes no Pan-Am Indie Summit, por exemplo. Espero poder contribuir ainda mais para este protagonismo, seja pela entrada de novos associados, a realização de projetos com incentivos fiscais e ainda, com a discussão de novos modelos de negócio para a cadeia produtiva, em especial nas plataformas digitais.

Qual a importância para o mercado de associações como a ABMI? Qual o papel dessas entidades?

As associações representam a chance de obtenção de condições de negociação mais igualitárias no mercado. Quando uma associação entra em uma disputa pelo interesse da categoria, certamente ela possui muito mais força em seus argumentos, tendo mais chances de êxito nos termos finais da negociação. No caso da ABMI, esta representação coletiva traz a possibilidade de condições de mercado mais justas para a produção musical brasileira independente. Além disso, esta reunião de entidades também pode contribuir em muito para a diversidade do mercado. Pelos números da pesquisa setorial apresentada no Rio Music Market de 2020, temos muitas especificidades do mercado a serem observadas. Uma delas é o percentual de 65% de homens nas empresas do mercado musical, que são constituídas somente por homens ou são de maioria masculina, por exemplo.
Acredito muito no advocacy, na atuação conjunta de agentes culturais, para influenciar na alocação setorial de recursos e na formulação de políticas públicas. Este movimento pode gerar um impacto extremamente positivo: muito pode ser realizado para benefício de todos e todas os(as) agentes do setor musical independente brasileiro.

Artistas independentes são 53% nas paradas de sucesso do streaming, revela pesquisa da ABMI

ESTUDO TRAZ DADOS DE PLATAFORMAS DIGITAIS, AVALIA TENDÊNCIAS E IDENTIFICA DESAFIOS PARA O SETOR

 

DESTAQUES:

  • 53,5% dos artistas que frequentaram o TOP 200 do Spotify são independentes
  • 15% da receita das empresas pesquisadas vem de fora do Brasil
  • 50% das receitas vêm do ambiente digital
  • O Amazon Prime Music já passou a Deezer em número de assinantes e perde para o Spotify, que detém 61% dos assinantes
  • 89% dos entrevistados estão otimistas em relação ao futuro
  • As distribuidoras tiveram efeitos econômicos positivos em função da pandemia

 

A Associação Brasileira da Música Independente (ABMI) acaba de apresentar os resultados da Pesquisa do Mercado Brasileiro da Música Independente, que mapeia um setor em franca expansão. As principais informações foram apresentadas ao vivo no evento online GiRo Digital ABMI, nesta quinta-feira, 15 de outubro. Os dados foram coletados em duas frentes: uma avaliação dos dados das principais plataformas de streaming referentes a 2019 e parte de 2020 e entrevistas em profundidade com 60 empresas – 50 associadas e 10 não-associadas convidadas – entre editoras, produtoras de evento, produtoras audiovisuais e estúdios.

 

“Estamos felizes em poder compartilhar os resultados da nossa pesquisa, que revela dados importantes para entendermos melhor a dinâmica do mercado. Assim, podemos ser mais eficazes ao orientar os profissionais da indústria. Os independentes estão ganhando cada vez mais espaço e entram na disputa pelo topo das paradas de sucesso. A democratização proporcionada pelas plataformas digitais de áudio tem sido muito benéfica para produtores e artistas independentes”, afirma Carlos Mills, Presidente da ABMI.

 

Os resultados apontam que 50% do faturamento das empresas pesquisadas vêm das plataformas digitais. “Ou seja, elas são fundamentais para entendermos a dinâmica da música independente, as oportunidades que se abrem a partir da nova onda de digitalização do ambiente e os desafios que vamos enfrentar. Especialmente agora num momento pós-pandêmico em que o consumo da música digital se ampliou para um patamar que deve se manter muito alto,” aposta Leo Morel, Coordenador da pesquisa.

 

A análise identificou que gravadoras, distribuidoras e MEIs enfrentam desafios distintos no momento atual. Para as gravadoras, é preciso focar na adaptação ao mercado cada vez mais digital. Já as distribuidoras digitais – que mediam a relação entre artistas e plataformas – devem focar os esforços na ampliação e manutenção do catálogo e na atualização constante dos cadastros. Já os microempreendedores individuais devem se concentrar em viabilizar a geração de renda ampliando as formas de entrada dos recursos.

 

Os resultados da pesquisa sobre as plataformas de streaming apontam, entre outras informações, a impressionante participação de artistas independentes no TOP 200 do Spotify ao longo de 2019: 53,5%. O número levantado pela ABMI inclui artistas ligados a gravadoras e selos independentes, além de auto-produzidos, com base na Propriedade do Fonograma e não dos canais de distribuição.

 

“Durante a realização do estudo, focamos em entender as necessidades do mercado para poder trazer dados que nos façam compreender melhor o setor da música independente e que nos ajudem a enxergá-lo com mais clareza. A partir de tudo o que extraímos, evidenciamos a clara expansão dos independentes e detectamos os possíveis desafios que as empresas podem enfrentar”, completa Morel.

 

Ainda de acordo com a ABMI, a Amazon Music já é o segundo serviço de streaming com maior número de assinantes no Brasil. A plataforma possui 12% de participação de mercado, ficando atrás apenas do Spotify, que detém 61% dos assinantes. A Deezer vem em terceiro lugar, com 9%.

 

A pesquisa completa será disponibilizada nos próximos dias. O estudo foi realizado em duas frentes. As empresas internacionais Chartmetric e Counterpoint foram responsáveis pelo levantamento de dados quantitativos. E a brasileira LV Pesquisa realizou a pesquisa junto às empresas. A iniciativa tem o apoio da WIN e do MERLIN.

 

Sobre a ABMI

 

Fundada em 2002, a Associação Brasileira da Música Independente é uma entidade sem fins lucrativos, que atua como a voz das empresas brasileiras no mercado fonográfico. Com o objetivo de promover maior a integração do mercado brasileiro ao mercado mundial de música gravada, sua missão é organizar, capacitar e desenvolver os produtores de conteúdo criativo musical, possibilitando melhores resultados financeiros, oportunidades de negócios e o seu contínuo aprimoramento. A ABMI tem assento na WIN – Worldwide Independent Network – associação mundial de gravadoras e associações independentes, com mais de 800 associados em todo o mundo. Além da WIN, a ABMI participa ativamente da MERLIN, que vem se revelando o mais importante articulador de negócios da música em ambientes digitais em todo o mundo. A instituição é a maior e mais importante articuladora política do setor, tendo comandado o movimento de imunidade tributária da música brasileira através da PEC 123/2011, mais conhecida como a PEC da Música. Além disso, a ABMI trabalha para reduzir o déficit de inclusão digital de seus representados e para criar a estrutura necessária para recolher e administrar os novos direitos sobre licenças decorrentes de usos digitais para as gravadoras e artistas nacionais. Os benefícios da gestão coletiva da ABMI serão percebidos inicialmente por seus associados e, na sequência, estendidos ao setor como um todo, contribuindo assim para a sua organização, consolidação e fortalecimento comercial.

Music Ally – Renovação de assinatura para associados

Muitos de vocês, associados da ABMI, estão recebendo gratuitamente os serviços de informação da Music Ally há 1 ano, por meio da cortesia e apoio do Spotify e da FUGA (associada ABMI).

A Music Ally tem o prazer de anunciar que a Spotify e a FUGA decidiram estender o apoio por mais 1 ano para que você continue a receber os informativos gratuitamente.

“A FUGA está satisfeita em apoiar o fornecimento do excelente serviço de informações comerciais da Music Ally a todos os funcionários de selos independentes de todo o mundo por mais um ano. O serviço teve uma excelente resposta. A FUGA continua vendo o benefício de ter essas informações disponíveis para ajudar as gravadoras independentes a acompanhar todos os desenvolvimentos digitais mais recentes.”

Pieter Van Rijn | CEO da FUGA

“A Spotify tem orgulho de fazer parceria com todas as gravadoras e trabalha arduamente para ajudá-las a servir melhor seus artistas. Temos o prazer de oferecer as principais notícias e insights da Music Ally para todos os selos independentes do mundo, capacitando-os com o conhecimento necessário para ajudar a construir tanto os negócios quanto as carreiras de seus artistas.”

Chris Stoneman | Diretor de serviços de selos independentes do Spotify UK

Lembrando que a ABMI, como parte da Worldwide Independent Network (WIN), traz esse grande benefício para seus associados.

O serviço completo de assinatura da Music Ally é oferecido gratuitamente para selos independentes em todo o mundo, com patrocínio da Spotify e da FUGA.

O serviço Music Ally inclui:
– Um boletim diário de notícias por e-mail.
– Relatórios regulares em PDF, incluindo os relatórios de marketing digital da Sandbox.
– Descontos para todos os eventos da Music Ally.

Uma única assinatura anual individual da Music Ally custaria em torno de £ 399. Mas os membros dos selos e gravadoras independentes – e todos os seus funcionários – têm direito a receber gratuitamente o serviço completo por um ano. Você NÃO precisa fornecer detalhes do cartão de crédito e pode se descadastrar a qualquer momento caso esteja insatisfeito com o serviço.
Atenção: essa oferta é apenas para selos e gravadoras independentes associadas à ABMI.

Solicite o link do seu acesso gratuito no abmi@abmi.com.br.

Music Ally é uma publicação de primeira linha para qualquer profissional da indústria, independentemente do tempo de mercado ou segmento. Nós encorajamos você a aproveitar ao máximo essa grande oportunidade.

WINTEL 2018 anuncia a mais recente e abrangente análise de mercado independente global.

WIN            ABMI

WINTEL 2018 anuncia a mais recente e abrangente análise de mercado independente global.

Os independentes agora representam 39.9% do mercado de música gravada no mundo.

Receitas cresceram 10,9% em relação ao ano anterior, receita global de streaming cresceu 46% ano a ano.

Londres, 4 de dezembro de 2018 – WINTEL 2018 é o terceiro relatório produzido pela WIN (Worldwide Independent Network), mapeando o mercado global independente em relação à propriedade de fonogramas, e não em relação aos canais de distribuição.

Este novo relatório desenvolvido para analisar o impacto econômico e cultural do setor da música independente foi criado a pedido da WIN por Mark Mulligan da MIDiA Research e editado pela Music Ally (Reino Unido). Os resultados, colhidos em 33 países, representam a mais abrangente pesquisa global do setor de gravadoras independentes feita até hoje.

O estudo mostra que o mercado independente cresceu 39,9% em 2017.

As receitas globais também cresceram de US$6.2 bilhões em 2016 para US$6.9 bilhões em 2017, demonstrando um forte crescimento ano a ano de 10,9%. É importante ressaltar que o setor independente teve uma performance superior ao do mercado de música como um todo, que cresceu 10,2% no último ano.

O rápido crescimento dos chamados mercados emergentes – com a China apresentando um crescimento de 36% em faturamento, Ásia e Austrália assistindo a um pico de 5,4% em receita e a América Latina com um aumento de quase 50% na receita de streaming – tudo isso faz com que a indústria observe com muita expectativa os próximos movimentos.

Importante enfatizar que este relatório utiliza critérios baseados em detenção de direitos, e não em vendas feitas pelos canais de distribuição.

Esta é uma distinção crucial, pois tendo em vista que as companhias independentes usam as grandes gravadoras (ou empresas de propriedade das grandes gravadoras) para distribuir sua música, estas grandes gravadoras incluem o valor da receita derivada da distribuição dos direitos dos independentes na mensuração do seu próprio mercado.

A análise da WINTEL à luz da detenção dos direitos, portanto, promove uma visão mais exata do mercado.

Isto também é relevante porque o tamanho do mercado é usado pelas empresas líderes de música digital como Apple, Google e Spotify em negociações com o setor independente, eventualmente determinando o nível de remuneração pago por estas empresas aos detentores dos direitos musicais.

Ao final de 2017 os serviços de assinatura de streaming de música atingiram 176 milhões de assinantes globalmente, comparados a 64 milhões em 2016. Este crescimento incrementou a receita das companhias independentes em 46% em 2017, atingindo US$3.1 bi.

É extremamente provável que o streaming represente mais de 50% da receita das companhias de música independente num futuro próximo; as vendas físicas continuam a cair.

Uma razão provável para este crescimento contínuo é o fato de que os selos independentes se ajustaram para acomodar e tirar proveito do ambiente de streaming, com 47% dos participantes da pesquisa respondendo que isto melhorou significativamente seu fluxo de caixa, um número que se eleva a 73% para selos nos quais streaming já representa mais de 30% de sua receita.

Uma outra conclusão positiva e interessante da pesquisa é que 76% dos artistas que assinaram com selos independentes decidiram renovar seus contratos.  Isto é sem dúvida um reflexo da estabilidade encontrada nos selos que estão trabalhando com tais artistas.  As respostas demonstram que 42% das equipes nas companhias independentes permanecem por lá desde o início da empresa, um fato a destacar considerando que a média dos selos independentes tem 14.9 anos de existência.

Também é válido refletir sobre o que define “independente” em 2018 – o termo está certamente evoluindo na indústria da música, e além de selos, o termo agora inclui os chamados artistas “autoprodutores”, que estão lançando por conta própria sua música através dos distribuidores do mercado.

O WINTEL 2018 revela que a renda dos artistas que se “auto lançam” cresceu de US$94 milhões em 2016 para US$101 milhões em 2017. Como estes artistas constroem times ao seu redor para exercer funções típicas de selos, este setor da comunidade da música independente tende a crescer significativamente.

Alison Wenham, CEO da WIN afirma: “_Com 2018 chegando ao fim, estamos felizes em publicar a terceira edição do relatório anual WINTEL, que destaca o mercado global independente crescendo impressionantes 39.9% em 2017, um número que ultrapassa tanto as grandes gravadoras quando o setor de música como um todo. Há inúmeras informações interessantes a extrair desta pesquisa, mas uma coisa que realmente me chamou a atenção foi o fato de 76% dos artistas escolherem renovar seus contratos com seus selos, o que demonstra que os independentes estão estreitando fortes laços com os artistas que representam. Mais doze meses se passaram, turbulentos para nossa indústria em muitos aspectos, mas surgiram novas legislações poderosas para proteger nossos negócios, houve um crescimento fantástico em alguns territórios inesperados, e o suporte contínuo dos fãs de música que continuaram a desfrutar e a se conectar com a música incrível que vem da comunidade global independente.”

“Este terceiro relatório da WIN é uma demonstração de força do setor da música independente global. Uma indústria sem números é uma indústria desempoderada. Diante desta realidade e do crescimento consistente das plataformas digitais, uma de nossas prioridades para 2019 será um estudo ainda mais aprofundado da produção musical brasileira e do perfil do produtor independente local.”
(Carlos Mills, Presidente da ABMI – Associação Brasileira da Música Independente).

WINTEL 2018 para impressão e visualização online:

 WINTEL está disponível para impressão e online em www.winformusic.org.

Para mais informação:

Andy Saunders

Velocity Communications
Tel: + 44 (0) 7939 133050
andy@velocitypr.co.uk

 

Sobre WIN

Worldwide Independent Network (WIN) é a entidade que coordena Associações Internacionais de Música Independente, representando o mercado de música gravada ao redor do mundo. Lançada em 2006 em resposta ao negócio global e aos desafios enfrentados pelo setor independente, a WIN advoga coletivamente, instiga e facilita em favor de seus associados. www.winformusic.org

NEWSLETTER

Cadastre-se e receba nossas notícias