Local
Casa TUM
Data e horário
TUM FESTIVAL 2025
A ABMI – Associação Brasileira da Música Independente marcou presença no TUM Conference 2025, realizado entre os dias 14 e 16 de novembro, em Florianópolis (SC), em um ano especialmente simbólico para o festival. Esta edição foi marcada pela inauguração da Casa TUM, o novo hub criativo da capital catarinense, que passa a funcionar como um espaço permanente de conexão entre música, cultura, inovação e economia criativa. Além disso, nesta edição o TUM Festival ampliou sua programação musical e fortaleceu seu conjunto de atividades de formação, debates, oficinas e showcases, consolidando-se como um ponto de encontro estratégico para profissionais do setor.
Segundo Ivanna Tolotti, idealizadora e diretora-geral do projeto, “a cada ano, o TUM reafirma algo que sempre esteve no nosso DNA: arte é fundamental. A música vai além do espetáculo; ela é profissão, é conexão, é rede, é território e é transformação. O TUM tornou-se um ecossistema que pulsa o ano inteiro, um festival de festivais, um movimento que conecta o que já existe com o que ainda está nascendo.”
A ABMI, com apoio da Merlin e Win, integrou mais uma vez essa agenda estratégica, através do BMK (Brazil Music Market) com uma série de atividades voltadas à profissionalização, visibilidade e integração de players do mercado.

Este relatório detalha a atuação da ABMI durante a 8ª edição do TUM Festival, desdobrando os temas discutidos, as ações realizadas e os insights compartilhados entre a rede e as conexões estabelecidas, destacando o impacto e os desdobramentos dessa participação para o ecossistema ABMI e a indústria musical brasileira.
Painéis e Palestras
| Painel – Narrativas & Significados: Quando o Público Entende.
O painel discutiu o papel das narrativas como elemento central para o fortalecimento da identidade artística, para a construção de conexão genuína com o público e além disso para um bom posicionamento de mercado. A conversa explorou como histórias bem estruturadas, alinhadas aos contextos culturais e sociais contemporâneos, tornam-se ferramentas potentes de comunicação, diferenciação e engajamento.
Vitor Soares (ABMI / Gravity Heart) e Vitor Soltau (Vamo Music Hub) apresentaram exemplos práticos de como artistas independentes podem aplicar o storytelling tanto na expressividade de suas obras quanto na forma de comunicar seus projetos, atravessando estética, posicionamento e estratégias de carreira. A troca aprofundou a ideia de que significados compartilhados geram pertencimento e fortalecem a trajetória de longo prazo.


| Palestra – Música em Cena: O Caminho do Licenciamento Musical.
Nesta palestra, Keila Macêdo (Advogada e CEO da Imagine Music) apresentou um panorama detalhado sobre a regulamentação envolvente ao licenciamento, como direitos autorais, boas práticas, modelos de contrato e as exigências técnicas e documentais para que uma música esteja apta a ser licenciada de forma correta.
A palestra buscou desmistificar o processo, apresentando caminhos acessíveis e estratégias de abordagem que permitam que artistas e selos independentes realizem a regravação de música.
“Foi um prazer enorme participar do TUM Festival e ver como os artistas, de forma geral, estão interessados em aprender mais sobre Direitos Autorais, licenciamento e demais assuntos. Sigamos Todos Unidos pela Música.” –disse Keila Macedo sobre o evento.



| Painel – Mercado de Música Eletrônica (ABMI e DNBB)
Data: 14/11 – 19h
Mediação: Aaron Mello (DNBB Music Group)
Painelistas: Toninho (One RPM) e ZAC (artista)
Este painel reuniu agentes atuantes na linha de frente da música eletrônica brasileira, Aaron Mello (DNBB Music Group), Toninho (One RPM) e DJ ZAC (artista), para discutir as dinâmicas que estruturam o mercado atual, desde a criação e produção até a distribuição e circulação.
Entre os temas abordados estiveram: a evolução do consumo digital de música eletrônica, a relevância dos algoritmos nas plataformas de streaming, a formação de nichos globais de público e o impacto das redes sociais e dos festivais na projeção de artistas do gênero.
A conversa trouxe uma visão completa das oportunidades e desafios enfrentados por artistas, selos e produtores independentes, incluindo estratégias para internacionalização, construção de marca e sustentabilidade de carreira. O painel ressaltou a importância de compreender a lógica própria desse segmento, altamente competitivo e em constante transformação.
“O TUM pode ser uma ponte luminosa para quem busca ampliar horizontes na cena eletrônica de SC. Aproxima curiosos e criadores, abrindo caminhos para novos conhecimentos, estéticas e formas de pensar música. É um portal de descobertas: onde artistas encontram referências, produtores exploram técnicas e o público percebe que a cena é maior e mais inventiva do que imaginava. Para nós da DNBB Music Group, o TUM é ponto de partida e de chegada […] É ali que novas possibilidades ganham forma.” – disse Aaron Mello.




| Palestra – Regravações: erros que custam caro
A palestra de Bruna Campos (Rede Pura Editora) apresentou um guia detalhado sobre os processos legais envolvidos na regravação de obras de terceiros, tema frequentemente subestimado por artistas, bandas, editoras e produtores independentes.
Bruna explicou passo a passo como funcionam pedidos de autorização, cessão de direitos, comunicação com editoras e titulares, formalização documental e procedimentos de lançamento.
Foram debatidos erros comuns que resultam em bloqueios, derrubadas, prejuízos financeiros e ações judiciais, muitas vezes evitáveis com informação adequada. A palestra funcionou como um manual prático para quem deseja regravar obras com segurança, evidenciando a importância do cuidado técnico e jurídico em toda a cadeia produtiva da música.


Conclusão
A participação da ABMI no TUM Conference 2025 foi estratégica e impactante, alinhada com o objetivo de reforçar a presença da entidade também fora do eixo Rio-São Paulo.
Por meio de painéis e palestras bem alinhadas com as demandas do mercado musical, a associação reforçou sua posição como articuladora de conhecimento e rede de apoio para o setor fonográfico independente.
Os debates promovidos abordaram temas cruciais para o desenvolvimento sustentável da carreira artística, bem como aspectos legais frequentemente negligenciados e mercados específicos em plena expansão. Essa programação gerou valor para o público presente, fomentando reflexão, aprendizagem e conexão entre profissionais de toda a cadeia musical.
Além disso, a participação no TUM reforçou o compromisso da ABMI com a descentralização de ações, consolidando sua presença no Sul do Brasil e fortalecendo o ecossistema criativo regional. A continuidade dessa parceria é fundamental para expandir a atuação do BMK e contribuir para um mercado musical mais diverso, preparado e sustentável.