Local
Arquivo Público Municipal de Salvador
Data e horário
Semana da Música de Salvador 2025
A 2ª edição da Semana da Música de Salvador – Música, Mercado, Tecnologia, realizada de 22 a 25 de julho de 2025 no Arquivo Público Municipal de Salvador, marcou um passo importante para a consolidação da capital baiana como um dos principais polos de articulação do mercado musical brasileiro. Com curadoria de Sora Oliveira e produção da LajeLab, o encontro reuniu artistas, produtores, selos, curadores, gestores culturais e representantes de grandes instituições em um espaço de troca qualificada. A programação foi estruturada em painéis, workshops, imersões temáticas, pitch sessions e atividades de networking, com destaque para debates sobre distribuição digital, direitos autorais, diversidade musical, inovação tecnológica e estratégias de mercado fora da lógica algorítmica. Além de promover a profissionalização e a capacitação dos agentes do setor, o evento também reforçou o papel da música como ferramenta de transformação social, cultural e econômica, com homenagens especiais, como a dedicada a Manno Góes. A edição contou com o apoio de parceiros estratégicos como UBC, ECAD, ABMI, ONErpm, HQ Music e OEI, além da cobertura da TVE e da Rádio Educadora FM, ampliando sua visibilidade e alcance.
A ABMI (Associação Brasileira da Música Independente) com apoio MERLIN e WIN marcou presença estratégica no evento por meio do projeto BMK – Brazil Music Market, iniciativa voltada a fortalecer a atuação de selos e artistas independentes nas principais convenções do mercado fonográfico. Em um ambiente de intensa circulação, com painéis, palestras, rodadas de networking e encontros internacionais, a ABMI contribuiu com conteúdo, articulação institucional, articulação internacional, certificação e um espaço físico para diálogo sobre os rumos do setor independente no Brasil e no mundo.


Este relatório detalha a atuação da ABMI durante a 2ª edição da Semana da Música de Salvador (SMS), desdobrando os temas discutidos, os insights compartilhados entre a rede e as conexões estabelecidas, destacando o impacto e os desdobramentos dessa participação para o ecossistema ABMI e a indústria musical brasileira.
ATIVIDADES E AÇÕES DA ABMI NA SEMANA DA MÚSICA DE SALVADOR:
| PAINEL: O Papel das Distribuidoras Digitais na Diversidade da Música Brasileira

Fotografia: Renata da Hora
Realizado no dia 23/07, às 15h, o painel O Papel das Distribuidoras Digitais na Diversidade da Música Brasileira reuniu representantes de três grandes distribuidoras digitais — Felippe (Nikita), Yasmine Amazonas (ONErpm) e Verônica Pessoa (The Orchard Brasil)— em uma conversa mediada por Talita Cordeiro (ABMI). O encontro abordou um dos temas mais urgentes do mercado fonográfico contemporâneo: como ampliar a presença da diversidade musical brasileira nas plataformas de streaming.
A discussão trouxe reflexões sobre os desafios enfrentados por gêneros regionais, expressões periféricas e artistas independentes que muitas vezes não se encaixam nos padrões comerciais hegemônicos. Foram apresentados caminhos concretos para enfrentar essas barreiras, como curadorias especializadas, uso inteligente de ferramentas de segmentação de público e a criação de políticas de inclusão que permitam que a pluralidade cultural do Brasil seja representada de forma mais justa no ambiente digital.
Ao promover o diálogo entre players independentes e majors, o painel mostrou que as distribuidoras têm papel fundamental na construção de um ecossistema mais diverso e acessível. A ação também reforçou o papel da ABMI como mediadora de debates estratégicos e como espaço de articulação de ideias que ajudam a moldar o futuro da indústria musical brasileira.




Fotografias: Renata da Hora
| Painel: Difusão Não Algorítmica: Contracultura à Economia da Atenção
A ABMI também promoveu o painel “Difusão Não Algorítmica: Contracultura à Economia da Atenção”, um espaço de reflexão crítica sobre os impactos da lógica algorítmica no mercado musical contemporâneo. Com mediação de Vitor Soares (ABMI) e participações de Mari Castanheira (Matula WebRadio), Luciano Matos (Rádio Educadora FM / Radioca / ElCabong) e Flávio Gonçalves (Diretor Geral do Irdeb – Rádio Educadora FM / TVE), o encontro reuniu diferentes perspectivas do ecossistema musical — da mídia pública à curadoria independente.
Em um cenário marcado pelo consumo rápido e pela disputa constante pela atenção do público, o debate destacou o papel fundamental de rádios comunitárias, mídias públicas, festivais independentes e selos como espaços de resistência e contracultura. Os participantes ressaltaram a importância das curadorias humanas, do jornalismo musical e da criação de vínculos afetivos duradouros entre artistas e ouvintes como alternativas ao domínio dos algoritmos nas estratégias de difusão.
Mais do que discutir modelos, o painel propôs um olhar crítico e propositivo sobre o futuro da circulação musical, evidenciando caminhos para uma indústria que valoriza a diversidade, a profundidade e a mediação cultural. A iniciativa reafirmou o compromisso da ABMI em fomentar debates estratégicos e promover novas formas de conexão entre a música e o público.




Fotografias: Renata da Hora
| Speed Pitching: Mapeamento da Música Brasileira
O Speed Pitching – Mapeamento da Música Brasileira foi uma das ações mais práticas e participativas da ABMI durante o evento. A atividade abriu espaço para até 30 artistas, selos e produtores independentes apresentarem seus trabalhos em pitches de 5 minutos, gravados em vídeo e destinados a compor um banco audiovisual de referência. Esse material servirá como fonte de pesquisa, difusão e prospecção para curadores, festivais, parceiros institucionais e futuros associados. O formato dinâmico estimulou a participação de diferentes iniciativas, permitindo que a diversidade musical baiana e nacional fosse registrada e disponibilizada em canais acessíveis. A ação reafirmou o compromisso da ABMI com o mapeamento, a documentação e a promoção da cena independente brasileira.






| Encontro de Selos
O encontro de selos foi pensado como um espaço de articulação direta entre agentes do setor musical independente da Bahia e a ABMI. Reunindo selos, produtores fonográficos e artistas, a atividade proporcionou um ambiente colaborativo para trocas de experiências, apresentação de catálogos, compartilhamento de aprendizados e discussão sobre estratégias de expansão nacional e internacional. A ação reforçou a valorização da cena baiana, ao mesmo tempo em que projetou possibilidades de integração com a rede nacional representada pela ABMI.





Fotografias: Renata da Hora
| DJ SET ABMI – Difusão da playlist BR SOUNDS
Encerrando as atividades do dia 23 de julho de 2025, o DJ Set de Mari Castanha construído com a pesquisa feita sob o catálogo de associados ABMI, trouxe o repertório de música autoral e independente brasileira também disponivel na playlist BR SOUNDS, projeto da ABMI em parceria com a BM&A. Mais do que entretenimento, a ação reforçou o conceito de difusão musical da ABMI, promovendo o contato direto do público com a diversidade sonora da produção local e nacional. O set funcionou como um espaço de celebração cultural e integração, fortalecendo o vínculo entre artistas, selos e público e evidenciando a importância de ações que promovam a visibilidade de trabalhos independentes fora da lógica algorítmica.

Fotografias: Renata da Hora
Conclusão
A participação da ABMI na 2ª Semana da Música de Salvador evidenciou seu papel central como articuladora e promotora da música independente brasileira. Por meio de painéis, encontros de selos, mapeamento de artistas e ações culturais como o DJ Set, a associação contribuiu para a difusão de práticas não algorítmicas, a ampliação da diversidade musical e o fortalecimento das redes de colaboração entre selos, artistas e produtores. O conjunto das ações reforçou a importância de espaços de diálogo e intercâmbio no mercado musical, gerando aprendizado, conexões estratégicas e conteúdos que servirão de referência para futuras iniciativas, apoiando na consolidação de Salvador como um lugar de inovação e representatividade para a música independente no Brasil.